Bernardo Rubião, subprefeito da Zona Sul, avalia positivamente a valorização do bairro:
— Depois da pandemia, o retorno às atividades presenciais tem provocado aumento na procura por esses espaços em bairros nobres, como o Leblon. Sem dúvida, os novos empreendimentos vêm atender a essa demanda crescente e, no paralelo, garantem a revitalização de espaços que já não tinham função e estão sendo devolvidos à cidade com nova vida.
O prédio da Oi na Rua Humberto de Campos é exemplo do que diz o subprefeito. Há três anos, a empresa, em recuperação judicial, anunciou que tinha intenção de vender o ativo. Em 2022 foi aberta uma negociação de venda e, após aprovação da Anatel, o edifício foi arrematado pela HSI, gestora de investimentos alternativos. Antes sem maiores atrativos, o prédio, avaliado em R$ 205 milhões, ganhou um projeto de R$ 400 milhões, com arquitetura aos cuidados da empresa francesa Triptyque Architecture.
Para corresponder ao altíssimo padrão (AAA ou A+), segundo a SiiLa, um edifício precisa preencher alguns requisitos, como certificado de sustentabilidade, pé-direito livre com mais de 2,7 metros, piso elevado e gerador em área privativa. No Leblon, até o momento, só o BM 336 se encaixa nesses parâmetros. Há, no entanto, outros empreendimentos adequados ao alto padrão, como o novo prédio da HSI.
Comparações bem-humoradas entre a potência financeira da paulistana Faria Lima e sua versão carioca, com vista para o mar, inspiram até o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que vem aventando a possibilidade de a cidade voltar a ter uma bolsa de valores. No Leblon, os executivos cariocas ainda podem ser identificados por seus figurinos, mas já abandonaram o terno e gravata — e nem cogitam recorrer aos coletes térmicos dos “faria limers” mais friorentos.
Para a geração mais antiga de moradores, Giancarlo Nicastro acena com palavras de conforto, garantindo que a ocupação corporativa do bairro não vai fazê-lo perder a característica majoritariamente “residencial”.
— O carioca pode ficar tranquilo que não tem a menor chance — diz o CEO da SiiLa.
FONTE: O GLOBO – RIO (29/06/2024)